O PROJETO


PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA
EDITAL CONJUNTO Nº 001/2011/CAPES/SECAD-MEC – PIBID Diversidade
ANEXO II

Detalhamento de SUBPROJETO (Licenciatura)
1. Nome da Instituição
2. UF
Universidade Estadual de Montes Claros _ UNIMONTES
MG
3. Subprojeto de licenciatura em:
Ciências da Religião  _ “Ensino Religioso e Diversidade Religiosa”
4. Número de bolsistas de iniciação à docência participantes do subprojeto:
5. Número de supervisores participantes do subprojeto:
6. Número de Escolas
10
01
01
7. Coordenador de área do Subprojeto:
Nome: Maria Socorro Isidório                                               
Departamento/Curso/Unidade: Departamento de Filosofia
Curso: Ciências da Religião
Link para o Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1100009428239777
8. Plano de trabalho
INTRODUÇÃO

O estudo sobre a religião não é uma atividade restrita a quem está comprometido com a catequese, o ensino de alguma religião e a fundamentação teológica de alguma corrente religiosa. As transformações pelas quais passam as tradições religiosas mais antigas e o surgimento de novos movimentos religiosos assim como a visível força política, econômica e cultural que a religião tem adquirido, demonstram a necessidade de profissionais com conhecimento científico para a discussão desse importante elemento de construção do mundo.
                                                                                                            Ângela Cristina Borges

Este subprojeto tem como objetivo propiciar uma formação qualificada para os licenciados em Ciências da Religião da Universidade Estadual de Montes Claros _ UNIMONTES _ e, por extensão, oportunizar intervenções educacionais inovadoras a partir do modelo das Ciências da Religião ao Ensino Religioso do Ensino Fundamental da(s) escola(s) pública(s) de Montes Claros – MG em que ele for contemplado.
As metas propostas, como veremos, propiciarão aos acadêmicos ação e reflexão acerca da sua futura profissão, assim como uma melhor compreensão do universo em que irão atuar, considerando que é uma oportunidade de aliar o ensino acadêmico à prática educacional concreta. Nesse sentido, pretendemos criar pontes que possibilitem abrir veredas para que os acadêmicos possam aprofundar seus conhecimentos para, futuramente, encaminhar de forma mais consciente e experiente suas práticas educativas; dessa forma poderão realizar ações em que se sintam aptos para participar e sugerir, desde a capacitação de docentes, passando por referências científicas e até práticas pedagógicas, na realidade escolar de forma multidisciplinar.
Porém, antes de apresentarmos nossa proposta, refletiremos brevemente sobre algumas concepções de professores e educandos acerca do Ensino Religioso, fruto de experiências advindas do nosso trabalho com a disciplina Estágio Curricular Supervisionado em Ensino Religioso, em algumas escolas públicas de Montes Claros. Vejamos o que se pergunta sobre a disciplina: o Ensino Religioso é importante? Em quê? Questões como essas conduzem equívocos relacionados à visão de que religião e ou religiosidade é coisa de foro íntimo, portanto deve ser tratada na intimidade ou junto a lideranças religiosas; ainda, pensa-se que o Ensino Religioso deve ser norteado a partir de doutrinas de determinadas religiões além de ter que ser coerente com a religião de cada cidadão, entre outras idéias, (SOARES, 2010)[1] desembocando em práticas educacionais aleatórias, que beiram a inconseqüência. A religião é um dos fenômenos mais marcante da história humana. É uma dimensão espiritual em que surgem as mais profundas questões acerca da existência e do seu sentido. E isso é vivenciado socialmente; práticas religiosas são tomadas como fatos sociais (maneiras de ser e viver em sociedade) e como meio privilegiado de conhecimento das formas do homem viver em sociedade. Como diz Sanchis[2] (2003),“A religião diz sim respeito à ação. E à vida. Ela nasce da efervescência criadora do social e contribui para manter as condições da mesma criatividade” [e da sociedade]. (P. 42). A persistência do fenômeno religioso, que ocorre em todas as sociedades do mundo, requer uma permanente educação em torno dele. Concordamos com Cortella[3] (2007), quando ele pondera que, independentemente de professar ou não alguma religião, todo ser humano possui religiosidade expressada em sentimentos que questionam a vida, se voltando para forças superiores e anteriores à existência, que ampara ou pune. E isso é experienciado pela criança de maneira marcante, dinamizando o seu imaginário e reforçando valores; quando trabalhado institucionalmente de forma construtiva, colabora com o seu desenvolvimento intelectual e com a construção de uma visão mais holística da realidade.
É nesse sentido que as Ciências da Religião se coloca como uma base de formação de educadores que visam contribuir com uma educação geral, alicerçada em base científica e em valores, assumindo “o preceito religioso como um elemento comum às demais áreas que fazem parte dos currículos e como um dado histórico - cultural fundamental para as finalidades éticas inerentes à ação educacional”. (PASSOS[4], 2007, pp. 125-126). Portanto, a formação dos educadores do Ensino Religioso é perpassada por uma clara intencionalidade educativa postulando uma formação pautada na importância do conhecimento da religião para a vida ética e social dos educandos.
Especialistas em educação e em Ensino Religioso explicam que existem vários modelos de Ensino Religioso vigentes no Brasil e em outros países. Apresentaremos brevemente três deles, mais emblemáticos, a fim de mostrarmos o modelo que seguiremos e que norteará este subprojeto. O s modelos são: o Catequético, o Teológico e o das Ciências da Religião. No modelo catequético, o Ensino Religioso é conduzido por fontes de doutrinas de determinada Igreja, postulando confissões religiosas e pautado em um método doutrinário. É unirreligioso e traz como risco, o proselitismo e a intolerância religiosa, ou seja, um grave problema para um país rico em diversidade religiosa. O modelo teológico, apesar de plurirreligioso, continua se configurando em uma catequese sutil, pois é norteado por lideranças religiosas que têm poder de decisão ou veto sobre os conteúdos a serem trabalhados em escolas. O modelo das Ciências da Religião, transreligioso e intercultural, é pilastrado numa autonomia epistemológica e pedagógica. Autonomia, como esclarece Antes[5] (2010), localizada no âmbito da comunidade científica, dos sistemas de ensino e da própria escola. Refletindo sobre diferencial prático do Ensino Religioso baseado nas Ciências da Religião, em comparação aos demais modelos, este autor afirma que:

A contribuição da Ciência da Religião consiste em possibilitar [ao aluno] comparações contrastantes entre sistemas de referência. Aprende-se que nenhum ser humano que tem sua língua, seus pensamentos e seus valores pode viver sem um sistema de referência. Aprende-se também que nenhum sistema de referência pode ou deve reclamar para si validade absoluta. Com isso, desmascara-se qualquer forma de eurocentrismo [evangelicocentrismo] como ilusão perigosa. (ANTES, 2007. pp. 58-59).
     
A partir desse entendimento, temos em claro que o Ensino Religioso fundamentado nas Ciências da Religião, promove, junto às demais disciplinas, uma educação para a cidadania e para a humanização dos sujeitos, por meio do entendimento e do respeito à religiosidade humana, os valores de cada tradição religiosa e à efervescência orgânica da interculturalidade. Nesse sentido, a formação do futuro educador do Ensino Religioso através do curso de Ciências da Religião da UNIMONTES, é pontuada por questões como alteridade, diversidade, sincretismo, tolerância, interculturalidade, entre outros. Discutir, refletir, problematizar sobre os entrelaçamentos entre cultura, religião, escola e diversidade étnico-cultural-religiosa, possibilita um olhar mais aguçado sobre educação institucionalizada e os desafios de novas práticas pedagógicas que promovam um diálogo constante sobre os diversos sistemas de referências de construção identitária dos sujeitos, como reflete Dayrel[6] (1996): “[é importante os educadores] desenvolverem posturas e instrumentos metodológicos que possibilitem o aprimoramento do seu olhar sobre o aluno, como “outro”, de tal forma que, conhecendo as dimensões culturais em que ele é diferente, possam resgatar a diferença como tal e não como deficiência”. (P. 145). Ademais, temos convicção que uma boa preparação de um (a) futuro (a) educador (a) se dá, inicialmente, em duas frentes: na Academia, base teórico - científica, e na escola, dimensão das experiências. Entendemos que a experiência é o lugar fundante de construção de entendimento e de posse do mundo. Com isso, acreditamos que é na experiência mesma das coisas que se toma consciência de como se dá o processo do conhecimento, entre outros. Esse é o modelo que concebemos.
Para tanto, esse subprojeto se justifica ao postular que a teoria sem a prática não é suficiente para a preparação de um educador engajado com a educação, portanto com a contribuição de formação de sujeitos mais conscientes e uma sociedade democrática. Pensando assim, queremos ultrapassar os muros da Universidade buscando estender e entrelaçar os conhecimentos nela vivenciados com uma dupla visão: qualificar melhor os acadêmicos e propiciar à escola pública oportunidades de experiências mais ricas e significativas no que tange ao Ensino Religioso.
Para realizarmos esse projeto de forma organizada e com competência, sugerimos a participação de 10 acadêmicos bolsistas ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) e uma escola da rede pública, no esforço de poder colaborar com uma formação cidadã, em conformidade com a política da UNIMONTES em promover de fato o desenvolvimento social de Montes Claros e região. Dessa concepção, o propósito de inserção dos acadêmicos do curso de licenciatura em Ciências da Religião da UNIMONTES se dará a partir de três eixos articulados, a saber: diagnóstico da escola, observação da prática docente, atividade docente e intervenção pedagógica.

Primeiro eixo: Diagnóstico
Para um bom desempenho do projeto na escola é importante conhecer o seu espaço interno assim como a sua dinâmica de funcionamento, numa visão sócio - cultural. De acordo com Dayrel, olhar a escola como um espaço sócio – cultural, é compreendê-la enquanto um local de construção de significados enredados por antagonismos e cooperações (dialética), diversidade que mostra que o mundo real não é um contexto fixo, mas uma construção social. Portanto, é importante lançar um olhar para o espaço educacional de forma holística para que se possa respeitar as diretrizes do seu projeto político pedagógico, na tentativa de construir um diagnóstico mais concreto. Essa fase é exploratória e objetiva colocar o acadêmico em contato direto com a realidade educacional para que ele comece a se familiarizar com a estrutura e funcionamento do seu futuro local de trabalho. Para tal, deve levantar dados para o conhecimento e a caracterização da escola a partir dos seguintes pontos:
·         O calendário escolar;
·         o Projeto Político Pedagógico (PPP);
·         o regimento escolar;
·         a estrutura curricular;
·         os horários de funcionamento escolar;
·         o quadro de pessoal;
  • a arquitetura da escola e os significados dos espaços_ o que a espacialidade informa sobre o processo educacional?
  • a diversidade cultural /religiosa dos educandos e possíveis tensões [realizar entrevistas];
·         a relação escola x comunidade;
  • diagnóstico sócio- cultural dos educandos;
  • projetos previstos para o ano de 2011_ se está em consonância com o PPP e com a realidade sócio- cultural dos educandos;
  • o número de educandos atendidos; número de turmas e número de educandos por turma;
  • formação do corpo docente em adequação com as disciplinas;
  • número de salas e dependências e a proporção do espaço em relação ao número de educandos;
  • o funcionamento da cantina, da biblioteca, da secretaria, a quadra de esportes, da sala de professores;
  • relatório descritivo/analítico do diagnóstico.

Segundo eixo: Observação da Prática Docente
Nessa fase pretende-se que o acadêmico adentre ainda mais no universo educacional que ele já conheceu preliminarmente. É uma fase de maior interação, pois se deve realizar observações do dia – dia da sala de aula, acompanhando sistematicamente o trabalho docente. Esse eixo se constitui de etapas exploratórias, participativas e, se necessário, intervencionistas, objetivando analisar o processo educacional nas relações travadas entre educador e educando na sala de aula assim como no processo de ensino – aprendizagem, se voltando para:
  • observação e análise dos conteúdos trabalhados e se estão em consonância com os PCNs e demais diretrizes educacionais; planos de trabalho; estratégias e recursos didáticos; o uso do livro didático e de outros materiais; os procedimentos de avaliação;
  • as relações professor x educando; educando x educando; educando x instituição; os conflitos; as tensões e o que tais ordenamentos informam;
  • os interesses/desinteresses que conduzem o processo; o diálogo ou não durante as aulas; os estímulos, ações e reações dos atores do processo; os conteúdos trabalhados; as estratégias e recursos didáticos; os procedimentos de avaliação;
  • entrevistas com o corpo discente/docente da escola (por amostragem) para um aprofundamento do perfil dos sujeitos e a concepção acerca da disciplina (Ensino Religioso);
  • análise da prática pedagógica (também) a partir dos dados das entrevistas, observando coerências e incoerências entre teoria, discurso e prática;
  • reuniões da conselho de classe, de colegiado, de pais e outras.
Nesse sentido, propõe-se que o acadêmico elabore um Diário de Campo, registrando os pormenores do cotidiano escolar em sala, trazendo notas objetivas e subjetivas a partir das suas observações e da coleta de dados do campo, para sistematizar posteriormente em relatório e outros.

Terceiro eixo: Atividade Docente

Esta fase visa especialmente propiciar oportunidade ao acadêmico em participar ativamente da prática pedagógica da escola. Com este intuito, propõe-se que o mesmo elabore um planejamento de atividades docentes em consonância com a grade curricular e demandas apontadas (e ou percebidas) pelo corpo docente e discente da escola campo. 
Para o desenvolvimento das atividades o estagiário poderá desenvolver um planejamento com o professor da escola, se assim se fizer necessário, de uma situação - problema e da realidade concreta da escola e dos sujeitos envolvidos no processo. Com esse intento, propomos as seguintes ações:
  • Elaborar planejamentos de aulas a partir da grade curricular vigente na escola, e ou tópicos pré - estabelecidos, sob orientações dos professores supervisor e coordenador;
  • preparar material didático criativo e construtivo em consonância com o currículo da disciplina e com o modelo das Ciências da Religião, assim como sugestões de atividades práticas;
  • ministrar aulas dialogadas, criativas e estimulantes; avaliações construtivas;
  •  durante o processo, a partir de constatações acerca de dificuldades de estudantes no processo de aprendizagem ou outros, elaborar  ações voltadas para sanar problemas de recuperação, encaminhamentos a especialistas, orientações, sob a orientação dos (a) professores (a) coordenador (a) e supervisor (a);
  • Além disso, os acadêmicos deverão participar das avaliações de desempenho escolar, dos planejamentos bimestrais e dos planejamentos relativos aos problemas de aprendizagem.


Quarto Eixo: Intervenção Pedagógica _ extensão da docência
Como pontuado acima, entendemos que é importante que os acadêmicos interajam de forma mais ampla possível em todos os aspectos condizentes ao o processo de ensino e aprendizagem, percebendo as interfaces do mesmo. Nesse sentido, ao participar das atividades que envolvem observação da docência e docência compartilhada, assim como a atuação docente dos mesmos, requer que se volte para problemas identificados pelo acadêmico, supervisor e professor supervisor do PIBID. Tendo isso em claro, deve-se pensar em ações em classe e extra - classe no sentido de sanar os problemas. Além dessas intervenções, propomos também uma extensão da docência no sentido de tornarem mais dinâmicas e estimulantes as aulas de Ensino Religioso. Dessa forma, dinamizaremos os conhecimentos trabalhados em sala com outras formas de abordagens, e outras fontes, como por exemplo, o cinema, entendendo que se constitui em mais uma maneira de contribuir com os saberes, a partir da imaginação, do olhar estético para a religião, além de despertas sentimentos e sensibilidades acerca da relação humana com o sagrado. Sendo assim, propomos as seguintes ações:

  • Organizar uma lista de documentários (DVDs) sobre religiões do mundo e realizar uma seção “Cine Diversidade Religiosa” por mês; preparar atividades avaliativas para as mesmas (ex.: debates, questionários, produção de textos, reprodução artística cênica, pintura, seminário e outros). 
  • planejar e realizar um “Encontro da Diversidade Religiosa”, levando para as escolas convidados das diversas expressões religiosas da cidade para proferir palestras (didáticas) sobre cada religião representada; adequar o evento ao calendário escolar;
  • elaborar e oferecer ao (s) docente (s) de Ensino Religioso (ER) e de outras disciplinas, se houver demanda, da escola contemplada, um mini - curso sobre o histórico do ER no Brasil; os modelos de ER vigentes na educação escolar; a epistemologia do ER.

Todas as ações desenvolvidas neste subprojeto pelos acadêmicos deverão ser anotadas no Diário de Campo visando registrar fatos, atitudes e fenômenos cotidianos relativos ao universo educacional da experiência, pormenorizados em informações subjetivas e objetivas como: expressões, gestos, comportamentos, ações e reações dos sujeitos em dadas aulas, em confronto com certas temáticas, festas, cerimônias, conversas informais; observar tom de voz, forma de olhar, falar, silenciar; interações e dissociações. Tal documento é importante porque o acadêmico poderá anotar suas impressões, interrogações, aprendizados, dificuldades, e ir refletindo durante todo o processo sobre a experiência. Também será um instrumento que ajudará na posterior sistematização do trabalho, servindo de referência para os relatórios do PIBID, uma escrita de um artigo, de relatos de experiências, seminários e outros.   
Critérios para seleção do (a) Professor (a) Supervisor (a):
·         Ser profissional do magistério da Educação Básica, em efetivo exercício, na rede pública;
·         estar em exercício há pelo menos dois anos na escola vinculada ao projeto PIBID,  preferencialmente com prática efetiva de sala de aula;
  • ter formação e ou especialização em Ensino Religioso;
  • ser professor da disciplina Ensino Religioso;
·         participar como co-formador do bolsista de iniciação à docência, em articulação com o Coordenador de Área;
·         ter disposição profissional e disponibilidade de tempo para co-participar de todas as etapas do subprojeto;
·         ser dinâmico, experiente e trabalhar com a disciplina Ensino Religioso na abordagem das Ciências da Religião;
Critérios para seleção dos bolsistas da UNIMONTES
·    Ser brasileiro ou possuir visto permanente no País;
·    estar regularmente matriculado curso de Ciências da Religião da UNIMONTES;
·         estar em dia com as obrigações eleitorais;
·   estar apto a iniciar as atividades relativas ao projeto imediatamente após ser aprovado pela CAPES;
·         dedicar-se, no período de vigência da bolsa, no mínimo 30 (trinta) horas mensais, às atividades do PIBID, sem prejuízo de suas atividades discentes regulares;
·         não estar concluindo o curso nos próximos dois semestres;
·         ter interesse, responsabilidade e seriedade na execução dos planos das atividades estabelecidas;
·         ter o maior número de participações em eventos relativos ao curso de Ciências da Religião, quer promovidos pelo curso, quer por outras instituições;
·         ter interesse e responsabilidade com o curso e ter tirado notas superiores a 70 pontos, na maioria das disciplinas durante cada semestre [análise do histórico];
·         não ter vínculo empregatício;
·         estudantes oriundo da escola pública e cotistas;
·         estudantes que apresentem e comprovem menor renda familiar per capita; [se necessário];
·         estudantes que apresentem um perfil voltado para o Ensino Religioso conforme o PPP do curso Ciências da Religião e que pretenda atuar na Educação Básica;
·         apresentar formalmente os resultados parciais e finais de seu trabalho, divulgando-os na Instituição onde estuda e na escola onde exerceu as atividades, em eventos de iniciação à docência promovidos pela Instituição e em ambiente virtual do PIBID organizado pela CAPES.
Avaliação dos acadêmicos bolsistas:
Avaliaremos todas as ações dos acadêmicos durante todo o processo, considerando a sua responsabilidade no cumprimento das atividades e dos prazos estabelecidos, seu engajamento, interesse, criatividade, visão, capacidade de extrapolar o ‘estabelecido’, capacidade de resoluções de problemas, participação em eventos da área, em seminários da UNIMONTES, além de proficiência nos seguintes trabalhos que deverão ser entregues no decorrer e ao final do subprojeto:
·         Relatórios;
·         Projetos;
·         Planejamentos das aulas;
·         Artigo científico.


9. Nome e endereço das escolas da rede pública de Educação Básica (enumerar todas as participantes do subprojeto institucional)
Nº de alunos matriculados na escola considerando apenas o Nível de Licenciatura[7]
Último IDEB
(quando houver)

Nome: Escola Estadual Eloy Pereira
       835
Ano 2009: 5.7
Endereço: Avenida Dr. João Luis de Almeida, nº. 60, B. Vila Guilhermina. Montes Claros – MG. 39.400-466.



Nome


Endereço


Nome


Endereço


*Inserir linhas de acordo com a quantidade de escolas.


10. Ações Previstas

Objetivando dinamizar a formação dos licenciados em Ciências da Religião, numa articulação entre teoria e prática que se posta complementar para a licenciatura, os acadêmicos bolsistas do PIBID deverão desenvolver as seguintes ações:
  • Conhecer de forma ampla o ambiente educacional onde irão desenvolver este subprojeto;
  • definir junto à escola selecionada as ações, elaborando um calendário;
  • conhecer através da pesquisa de campo diagnóstica o Projeto Político Pedagógico das escolas selecionadas;
  • definir as turmas que serão contempladas com o projeto;
  • elaborar materiais didáticos inovadores que promova uma maior compreensão e valorização do Ensino Religioso nas escolas públicas de Montes Claros;
  • acompanhar e colaborar com as atividades do (a) professor (a) regente;
  • preparar e disponibilizar para os professores material didático criativo e diversificado;
  • elaborar e executar um mini - curso sobre Ensino Religioso para capacitar ainda mais o (a) professor (a) da disciplina, os professore de Ensino Religioso da escola parceira e professores de outras disciplinas que tenham interesse;
  • organizar uma lista de documentários sobre religiões do mundo para passar na escola, disponibilizando as fontes  para a biblioteca, assim como a metodologia da proposta;
  • participar dos eventos da escola, contribuindo com idéias inovadoras e inserindo o ensino Religioso de forma significativa e contextualizada nos mesmos, se possível;
  • ter uma postura profissional buscando criar alternativas didático – metodológicas e, quando necessário, novas idéias nas resoluções dos problemas que se imporem;

11. Resultados Pretendidos

  • Promover uma maior integração da UNIMONTES com a comunidade e escolas públicas de Montes Claros;
  • promover e estimular a inserção dos licenciados em escolas públicas de Montes Claros, propiciando dessa forma experiências que enriqueçam sua formação;
  • reforçar a formação dos docentes em Ensino Religioso;
  • incentivar a docência do Ensino Religioso tendo por referência o modelo das Ciências da Religião e uma pedagogia da diversidade, com aulas criativas e dialogadas;
  • socializar a experiência e os conhecimentos adquiridos em eventos da UNIMONTES;
  • capacitar professores do Ensino Religioso da escola parceira;
  • sistematizar os conhecimentos da experiência do PIBID em relatórios, relatos de experiências, e um artigo científico;
  • orientar os bolsistas para participarem do Congresso Internacional em Ciências da Religião em Goiânia, durante o período do PIBID, para apresentarem uma comunicação advinda da experiência do mesmo.

Pretendemos ainda que esse subprojeto possa propiciar uma melhor compreensão sobre a importância do Ensino Religioso na formação dos sujeitos e, consequentemente, uma maior valorização da disciplina, não só por parte dos professores da mesma como também dos professores de outras disciplinas e dos educandos, uma vez que ainda persistem em algumas escolas públicas, resistências, desvalorização e descaso com o Ensino Religioso. Entendemos que a inserção do modelo das Ciências da Religião, se constitui um desafio, tendo em vista que a formação de alguns professores não foi pilastrada na epistemologia do Ensino Religioso, ou seja, numa fundamentação teórica e metodológica de uma área específica de conhecimento que tem por objeto de estudo a Religião, regida por base científica, o que não inclui confessionalidade. (Cf. PASSOS, 2007, p. 23). Sobre o aspecto epistemológico, Passos diz que o Ensino Religioso em base epistemológica remete sua fundamentação para a instancia das ciências e de seu ensino. Nesse sentido, “as áreas de conhecimento para serem reconhecidas como tais devem possuir consistência própria, ou seja, terem objetos, metodologias e teorias que acumuladas componham um conjunto coerente e consistente que normalmente adquire o status de ciência”. (PASSOS. P. 24). Essa compreensão é imprescindível para que possamos consolidar o Ensino Religioso nas escolas revelando a sua relevância no interior do quadro das demais disciplinas.  

12. Cronograma específico deste subprojeto
Ano I - 2011
1º Semestre de 2011
Atividade
Mês de início
Mês de conclusão
EIXO I


Apresentação/conscientização/sensibilização/dos acadêmicos sobre o PIBID e a sua importância.
Março/ 2011
Março/ 2011
Contato inicial com a escola onde o PIBID será realizado para apresentar a proposta e selar a parceria.
Março / 2011
 Março / 2011
Selecionar o Professor Supervisor e as turmas da escola parceira do PIBID.
Março / 2011
Março / 2011
Selecionar os acadêmicos bolsistas que participarão do PIBID.
Março / 2011
Março / 2011
Realizar uma reunião geral com os bolsistas, o Professor Supervisor e os educandos da escola campo para explicitar a proposta e apresentar o planejamento da operacionalização do subprojeto PIBID.
Abril / 2011
Abril / 2011
Preparar os acadêmicos selecionados para a atuação no PIBID. Estudo da proposta do PIBID, encaminhamento de leituras, discussões, planejamentos, etc.
Abril/2011
Abril/2011
Elaboração do Projeto de Caracterização/Diagnóstico da escola parceira. Leituras e discussões sobre o processo com os acadêmicos.
Maio / 2011
Maio/2011
Elencar e discutir os documentários que serão passados nas escolas, elaborando as atividades avaliativas relativas aos mesmos_ os acadêmicos assistirão os filmes preliminarmente. Será um filme – documentário por mês. Referente ao Eixo IV.
Maio/2011
Maio/2011
Preparação para o “Encontro da Diversidade Religiosa”_levantamento dos temas, dos convidados, contatos, agendamentos e calendário com as datas. Referente ao IV Eixo.
Maio/2011
Maio/2011
Início da caracterização/diagnóstico da escola.
Junho / 2011
Junho/2011
Acesso e leitura analítica do Projeto Político Pedagógico, do regimento escolar, do calendário escolar e dos eventos programados para o ano corrente, do currículo da disciplina Ensino Religioso, da metodologia, do material didático, do quadro geral da escola.
Junho/2011
Junho/2011
Participação em conselho de classe, colegiado, programações cultural – científicas da escola.
Junho/2011
Junho/2011
Continuação das leituras e análise dos documentos citados acima/caracterização da escola.
Julho/2011
Julho/2011
Caracterização da escola.
Julho/2011
Julho/2011
Realização de entrevistas com o (a) diretor (a), bibliotecário (a), supervisor (a), professores de outras disciplinas e funcionários de manutenção. O Professor e os educandos do Ensino Religioso, na fase seguinte.
Julho/2011
Julho/2011
2º Semestre de 2011


Sistematização dos dados das entrevistas.
Agosto/2011
Agosto/2011
Caracterização da escola_continuação.
Agosto / 2011
Agosto/ 2011
Orientações para os bolsistas participarem do V Congresso Internacional em Ciências da Religião em Goiânia-GO, e realizarem uma comunicação científica sobre o PIBID.
Setembro/2011
Setembro/2011
Viagem para o V Congresso Internacional em Ciências da Religião em Goiânia_ comunicação sobre a experiência do PIBID ou adequação às temáticas do evento.
Setembro/2011
Setembro/2011
Análise e sistematização dos dados qualitativos do diagnóstico e de problemas identificados a partir do mesmo.
Outubro/2011
Outubro/2011
Análise e orientações para a escrita do Relatório – Diagnóstico da escola parceira do PIBID.
Outubro/2011
Outubro/2011
Escrita do Relatório (parcial).
Novembro/2011
Novembro/2011
Entrega do Relatório. Avaliação coletiva do processo. Falhas, acertos e avanços.
Dezembro/2011
Dezembro/2011
1º Semestre de 2012


EIXO II


Preparação dos acadêmicos para a Etapa Exploratória_ planejamentos das atividades.
Janeiro/2012
Janeiro/2012
Início das seções de filmes nas turmas do Ensino Religioso - documentários sobre religiões do mundo _uma por mês: de agosto de 2011 a novembro/ 2012 mais atividades. Referente ao VI Eixo.
Fevereiro/2012
Fevereiro/2012
Observação das aulas de Ensino Religioso com participação, se necessário; registro sistemático dos dados observados no Diário de Campo.
Fevereiro/2012
Fevereiro/2012
Observação das aulas de Ensino Religioso
Março/2012
Março/2012
Observação das aulas de Ensino Religioso
Abril/2012
Abril/2012
Observação das aulas de Ensino Religioso
Maio/2012
Maio/2012
Observação das aulas de Ensino Religioso
Junho/ 2012
Junho/ 2012
Elaboração coletiva das entrevistas a partir dos dados observados em sala. As entrevistas serão voltadas para o (a) professor (a) de Ensino Religioso e os educandos.
Junho/ 2012
Junho/ 2012
Realização de entrevistas.
Junho/ 2012
Junho/ 2012
Sistematização dos dados das entrevistas.
Junho/2012
Junho/2012
Escrita do Relatório de Observação_individual.
Julho/ 2012
Julho/ 2012
Entrega do Relatório (parcial) e avaliação coletiva do processo.
Julho/2012
Julho/2012
2º Semestre de 2012


EIXO III


Preparação para execução do terceiro eixo_ nesta parte haverá orientações [profª. Coordenadora], leituras individuais e discussões sobre os temas da docência. Orientações sobre Planos de Aula, análise da proposta curricular, conteúdos a serem trabalhados, a postura, didática, os recursos didáticos, etc.

Agosto/2012

Agosto/2012
Preparação das aulas e do material didático.
Agosto/ 2012
Agosto/ 2012
Orientações para os bolsistas participarem do V Congresso Internacional em Ciências da Religião, realizando uma comunicação científica sobre o PIBID. Escrita e inscrição da comunicação.
Agosto/2012
Agosto/2012
V Congresso Internacional em Ciências da Religião em Goiânia_ comunicação sobre experiência do PIBID ou temática de acordo com áreas do evento.
Setembro/2012
Setembro/2012
Docência dos acadêmicos bolsistas do PIBID.
Setembro/ 2012
Setembro/ 2012
Docência dos acadêmicos bolsistas do PIBID.
Outubro /2012
Outubro /2012
Docência dos acadêmicos bolsistas do PIBID.
Novembro/2012
Novembro/2012
“Encontro da Diversidade Religiosa”. Referente ao IV Eixo do subprojeto.
Novembro/2012
Novembro/2012
“Encontro da Diversidade Religiosa”.
Dezembro/2012
Dezembro/2012
Escrita do Relatório de Docência.
Dezembro/2012
Dezembro/2012
1º Bimestre de 2013


EIXO IV


Entrega do Relatório (parcial) e avaliação coletiva do processo.
Janeiro/2013
Janeiro/2013
Preparação do material didático para o mini – curso que será realizado pelos acadêmicos e supervisionado pelo professor coordenador.

Janeiro/2013

Janeiro/2013
Execução do mini – curso.
Fevereiro/2013
Fevereiro/2013
Relatório Final _coletivo_ da experiência geral do PIBID. Produção coletiva de um artigo científico para fins de publicação. Orientações.
Fevereiro/ 2013
Fevereiro/ 2013
Entrega do Relatório Final e da produção científica.
Fevereiro/ 2013
Fevereiro/ 2013
13. Previsão das ações que serão implementadas com a verba de custeio – a proposta deverá ser detalhada, pois será usada como parâmetro durante toda a vigência do convênio.
Natureza da Despesa

Valor (R$)
Passagens e despesas com locomoção e para participação em eventos científicos para socialização/extensão da experiência do PIBID

R$: 10.000,00
Material de Consumo

   R$:  2.000,00
Serviços de terceiros (impressões/revelações/confecções, etc.)

   R$:  3.000,00
Total da Verba de Custeio
   R$: 15.000,00
14. Outras informações relevantes (quando aplicável)

A Escola Estadual Eloy Pereira de Ensino Fundamental e Médio, pertence a Superintendência Regional de Ensino de Montes Claros. Situada na Vila Guilhermina, encontra-se localizada à Avenida Dr. João Luiz de Almeida, 60 em área urbana de Montes Claros/MG.
Funciona em 03 (três) turnos com 18 (dezoito) salas de aulas, 01 (uma) biblioteca comunitária, 01 (um) laboratório de física, química e biologia, 01 (um) laboratório de informática, 01 (uma) cantina, 01 (uma) sala de professores, 01 (uma) secretaria com duas repartições, 01 (uma) sala de direção com duas repartições, 01 (uma) lojinha, 01 (uma) quadra esportiva para educação física, 01 (uma) sala de serviço pedagógico, 01 (uma) sala de mecanografia, 01 (um) depósito de material de limpeza e 01 (uma) área de recreação.
A escola Eloy Pereira funciona em três turnos, oferecendo o Ensino Fundamental e Médio. Atende uma clientela específica de bairros periféricos, de condições sócio-econômicas e culturais desfavoráveis.
Com o objetivo de ministrar o Ensino Fundamental (1º ao 9º) e Ensino Médio Comum Geral (1º ao 3º) a organização pedagógica da escola é elaborada observando o programa da SEE, PCN’s, o programa do PAES e a legislação vigente.
O Currículo da escola foi organizado atendendo o contexto sócio – cultural de forma que os conhecimentos são adquiridos pelos estudantes de forma integrada e contextualizada e elaborado em consonância com a legislação. Os conteúdos trabalhados são estipulados pela Lei 9394/96.
                                                                                                                  
                                       




[1] SOARES, Afonso Maria Ligório. Religião & Educação: da ciência da religião ao ensino religioso. São Paulo:
 Paulinas. 2010.
2 SANCHIS, Pierre. A contribuição de Émile Durkheim. In. TEIXEIRA, Faustino (org). Sociologia da Religião: enfoques teóricos. 3 ed. Petrópolis, RJ: Vozes. 2010.



3 CORTELLA, Mario Sergio. Educação, Ensino Religioso e formação docente. In. SENA, Luzia (org.). Ensino Religioso e formação docente: ciências da religião e ensino religioso em diálogo. 2 ed. São Paulo: Paulinas. 2007. 
4 PASSOS, João Décio. Ensino Religioso: mediações epistemológicas e finalidades pedagógicas. In. SENA, Luzia (org.). Ensino Religioso e formação docente: ciências da religião e ensino religioso em diálogo. 2 ed. São Paulo: Paulinas. 2007.
5 ANTES, Peter. Der Beitrag der Religion swisswns chaft zum Alternativ- Unterricht. Der evangelische Erzieher 30 (1978). In. SENA, L. (org). Ensino Religioso e formação docente, ciências da religião e ensino religioso em diálogo. 2 ed. São Paulo: Paulinas. 2007.
6 DAYREL, Juarez (org.). Múltiplos Olhares sobre Educação e Cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG. 1996.




[7] Para efeito deste Edital, são os níveis de licenciatura aplicáveis: (a) ensino médio, (b) ensino fundamental.