ESCOLA ESTADUAL ELOY PEREIRA /PLANO DE AULA/ O SAGRADO NA RELIGIÃO

ESCOLA ESTADUAL ELOY PEREIRA 

ENSINO RELIGIOSO 

PROF.ª: CLAUDIA KELLY LOPES SOARES 

PLANO DE AULA

UNIDADE 2: O SAGRADO NA RELIGIÃO

TÓPICO 02: TEXTO SAGRADO

O que é um Texto Sagrado? O que o torna sagrado? Como é elaborado? Para que serve?
Textos Sagrados são textos de mitos, memórias, narrativas, etc., que relatam, geralmente, ações de deuses/deus, anjos, espíritos ou o encontro de pessoas com o Transcendente. Os textos tratam também de encontros de entidades divinas com certas pessoas em determinadas situações dentro da história do povo que compõe a respectiva religião ao qual ele pertence. Podem tratar também só de aspectos espiritualistas, e metafísicos, etc. São textos considerados exemplares na perspectiva religiosa.
 
O que o torna o texto sagrado, é o fato de ser concebido pelos seus adeptos como de inspiração/revelação divina; ou porque é tido como obra de Ser (es) Sobrenatural(is); acredita-se que os conteúdos não são simplesmente humanos, mas foram obtidos através de contato com o Transcendente.
Entre as funções dos textos sagrados, está a tentativa de manter os sonhos e utopias das pessoas; os textos sagrados parecem fazer com que as pessoas mantenham vivas suas esperanças de serem realizadas e terem um mundo melhor. Ele é um meio.
 
Textos sagrados podem ser escritos ou orais, dependendo de respectivas culturas; nesse caso, independente da forma em que se encontram, mostram que todas as tradições religiosas possuem bases de ensinamentos.
Algumas tradições orais indígenas e africanas que não desenvolveram a escrita transmitem suas crenças por meio da tradição oral, dos ritos, e símbolos, nos quais se encerram os significados fundantes de suas cosmovisões. São tidas como religiões primiciais2.
 
Têm-se as “religiões do livro”, ou religiões proféticas3, que conduzem suas tradições e práticas religiosas principalmente através dos seus textos. Exemplo:
1 Mito é o relato de um acontecimento originário (trata do “princípio”; primórdios do Mundo/vida) no qual os Deuses agem e cuja finalidade é dar sentido a uma realidade significativa. (CROATTO, p. 209.
2 São tipos de religiosidades mais antigas, remontando à pré-história e também presentes em muitos dos povos silvícolas das Américas, África e Oceania. Alguns autores grafam “religiões primitivas” (primordiais).
3 Por “religiões proféticas” entendemos aquelas em cuja origem se encontra um Profeta, que comunica uma revelação recebida de Deus. Por profeta entendemos um porta-voz de Deus. O termo “religiões do livro” também faz referência às grandes religiões monoteístas que “transfiguraram” sua Revelação Divina em forma de Livro Sagrado, ou seja, a Revelação divina é constantemente vivificada através do Livro. (Zilles, U., 2002, 85).
 
 Judaísmo_ texto sagrado: Torá= instrução; lei;
 Cristianismo _ texto sagrado: Bíblia= papel; livro; papiro;
 Islamismo_ texto sagrado: Alcorão= recitação; declamação.

Também religiões sapienciais4 como o budismo possui o texto sagrado Tripitaka= os três cestos da sabedoria; o hinduísmo com os Vedas=conhecimento; o taoísmo e o texto Tao Te King= O Livro do Caminho e da sua Virtude; ou o Livro do Tao=a Ordem do Mundo; o confucionismo com os Analectos= Coleção de trechos; etc., todas fundadas em ensinamentos de sábios.

Por “religiões sapienciais”, designamos aquelas que se baseiam na sabedoria humana e na experiência da vida. Em geral, mostram ao homem um caminho a seguir, acentuando a ascese e a meditação, enfim, a sabedoria. Às vezes, nessas religiões, é difícil discernir o que é religião e o que é filosofia ou sabedoria. Acentuam a compaixão, a contemplação, o autoconhecimento, possuindo, de modo genérico, um elevado ideal ético (Zilles. U., 2002, 21).
 
Os textos sagrados nascem dos mitos, pois é uma forma de expressão em que as pessoas buscam encontrar explicações para a realidade, orientações para a vida e para a pós-morte.
A elaboração de um texto sagrado oral ou escrito ocorre em um processo de tempo-história, num determinado contexto cultural, através de um povo que observa e respeita a experiência religiosa dos ancestrais.
Independente das formas vivenciadas, todas as culturas religiosas devem ser respeitadas, não só as que possuem textos sagrados escritos, mas também as que conservam suas verdades/revelações/mitos na forma oral.

BIBLIOGRAFIA UTILIZADA NESTE TÓPICO:
CROATTO, José Severino. As Linguagens da Experiência Religiosa. São Paulo: Paulinas. 2001.
DIÁLOGO- Revista do Ensino Religioso. N. 55. Agosto/Setembro. 2009.
ZILLES, Urbano. Religiões crenças e crendices. Porto Alegre: EDIPUCRS. 2002.